terça-feira, 30 de setembro de 2014

Um conto leve para alegrar o seu dia, tradutor/intérprete!

"Aproveitando a deixa sobre o dia do Tradutor, que se comemora hoje, desejo que São Jerônimo ilumine você para encontrar, também, na vida, os significados precisos para combinar, na vastidão das combinações, as opções mais perfeitas do bem viver."

Abro este breve post em comemoração ao Dia dos Tradutores e Intérpretes "roubando" o primeiro parabéns que recebi hoje, do meu padrinho, e estendo-o a todos os colegas que encontram na profissão um caminho que combina com seu bem viver, seus desejos e suas aspirações.

Mas não roubei como em uma das histórias de "Tradutor Cleptomaníaco", de Dezsö Kosztolányi, autor húngaro, que fala de forma bem-humorada sobre o tradutor que não cumpre o primeiro mandamento da (boa) tradução: não omitirás (ou roubarás). Os outros seriam: não adicionarás e não mudarás. Apesar de sempre haver controvérsias quanto ao que seja uma "boa tradução", acho que esses princípios básicos nos ajudam ser vistos como profissionais éticos, nos quais se pode confiar.

Mas fica aí um conto leve para alegrar o seu dia, tradutor/intérprete. Parabéns! ;-)


O TRADUTOR CLEPTOMANÍACO e outras histórias de Kornél Esti
Dezsö Kosztolányi
Tradução do original húngaro Ladislao Szabo


Falávamos de escritores e poetas, de velhos amigos, com que começamos a jornada, mas que depois se distanciaram e desapareceram. De quando em quando lançávamos um nome ao ar. Quem se lembra dele? Balançávamos a cabeça e um pálido sorriso se esboçava em nossos lábios. No espelho de nossos olhos surgia um rosto esquecido, uma carreira e uma vida perdidas. Quem sabe algo sobre ele? Viverá ainda? O silêncio respondia à pergunta. Neste silêncio, a coroa de flores de sua glória farfalhava, como farfalhavam as folhas no cemitério. Calávamo-nos.


Ficamos assim durante minutos, até que alguém evocou o nome de Gallus. — Pobre sujeito — disse Kornél Esti—, encontrei-o anos atrás - , mas já faz sete ou oito anos, sob condições muito tristes. Foi quando lhe aconteceu algo relacionado com uma novela policial, algo que também havia sido uma história policial, a mais emocionante e mais dolorosa que já vivi. Porque vocês o conheciam, um pouco, ao menos. Era um garoto talentoso, eletrizante, intuitivo, consciencioso e culto também. Falava várias línguas. Sabia inglês tão bem, que dizem que o príncipe de Gales tomara aulas particulares com ele. Havia morado quatro anos em Cambridge.


Mas tinha um defeito fatal. Não, não bebia. Mas surrupiava tudo que estava ao alcance de sua mão. Roubava como uma ave de rapina. Tanto lhe fazia se se tratava de um relógio de bolso, chinelos ou um enorme duto para chaminé. E não se preocupava também com o valor dos artigos roubados, nem com o seu volume e dimensões. Geralmente não se importava com a sua utilidade. Seu prazer consistia simplesmente em fazer aquilo que queria: roubar. Nós, os seus amigos mais próximos, nos esforçávamos para trazê-lo à razão. Falávamos à sua alma, carinhosamente. Repreendíamos e ameaçávamos. Ele concordava conosco. Prometia sempre lutar contra sua natureza. Mas a razão não vencia, sua natureza era mais forte. Sempre recaía.


Quantas vezes desconhecidos não o repreenderam, e não o humilharam em lugares públicos, quantas vezes não o flagraram, e, nessas ocasiões, tínhamos de tomar atitudes inacreditáveis para minimizar as conseqüências de seus atos. Certa vez, porém, no expresso para Viena, foi surpreendido por um comerciante morávio ao aliviá-lo de sua carteira, e entregue à polícia na estação mais próxima. Trouxeram-no algemado para Budapeste.


Tentamos salvá-lo de novo. Vocês, que escrevem, sabem que tudo é decidido pelas palavras: tanto o valor de um poema como o destino de um homem. Tentamos provar que ele era um cleptomaníaco e não um ladrão. Aquele que conhecemos geralmente é cleptomaníaco. Aquele que não conhecemos geralmente é ladrão. O tribunal não o conhecia; assim foi qualificado — ladrão, e condenado a dois anos de prisão.


Depois de libertado, numa sombria manhã de dezembro, próximo ao Natal, apareceu-me, esfomeado, esfarrapado. Jogou-se a meus pés. Implorou que eu não o abandonasse, que o ajudasse, que lhe arrumasse trabalho. Escrever sob seu próprio nome estava fora de qualquer cogitação. Nada sabia fazer, porém, senão escrever. Procurei então um editor honesto e humano, recomendei-o, e no dia seguinte o editor incumbiu-o da tradução de uma novela inglesa de detetives. Era um daqueles lixos com os quais nós não queremos sujar as mãos. Não o lemos. No máximo o traduzimos, usando luvas. Seu título — até hoje me lembro —, “O misterioso castelo do conde Vitsislav”. Mas que importava? Fiquei feliz por ajudá-lo, ele feliz por poder comer e assim começou o trabalho. Trabalhou com tanto afinco que em duas semanas — muito antes do prazo — entregou o manuscrito.


Fiquei extremamente surpreso quando, passados alguns dias, o editor me comunicou que a tradução do meu protegido era totalmente inutilizável, e por isso não estava disposto a pagar nenhum vintém. Não entendi bem. Fui até lá de táxi.


O editor, sem nada dizer, entregou-me o manuscrito. Nosso amigo o datilografara com capricho, numerara as páginas, até as prendera com uma fita com as cores nacionais. Isso era muito dele, pois — acho que já disse —, em questões de literatura, era preciso e escrupulosamente meticuloso. Comecei a ler o texto. Soltei um grito de admiração. Frases claras, mudanças engenhosas, montagens lingüísticas espirituosas se sucediam, muito mais digna que o original. Espantado, perguntei ao editor que defeito tinha encontrado. Ele me entregou original inglês, de forma tão silenciosa quanto fez com o manuscrito, e pediu-me para comparar os dois textos. Por meia hora, mergulhei alternadamente no original e no manuscrito. Ao final, levantei-me consternado. Declarei que ele estava com toda a razão.


Por quê? Nem tentem adivinhar. Estão enganados. Não tentou contrabandear o texto de um outro original. Era realmente “O misterioso castelo do conde Vitsislav”, numa tradução fluente, artistíca, e por vezes poética. Estão novamente enganados. O texto não continha nenhum escorregão. Afinal, ele sabia inglês e húngaro perfeitamente Parem de tentar. Disso vocês nunca ouviram falar. A mancada foi outra. Totalmente outra.


Eu também descobri aos poucos, gradualmente. Prestem atenção. A primeira  frase do original inglês dizia assim: “As trinta e seis janelas do velho castelo, desgastado pelo vento, brilhavam. No primeiro andar, na salão de baile, quatro lustres de cristal iluminavam luxuosamente. Na tradução húngara estava: “As dezessete janelas do castelo, desgastado pelo vento, brilhavam. No primeiro andar, dois lustres de cristal iluminavam luxuosamente Arregalei meus olhos e continuei a leitura. Na terceira página, o escritor inglês dizia: “Com um sorriso irônico, o conde Vitsislav abriu sua carteira recheada e atirou a quantia pedida, mil e quinhentas libras...” Isso foi interpretado da seguinte forma pelo tradutor húngaro: “Com um sorriso irônico, o conde Vitsislav abriu sua carteira e atirou a quantia pedida, cento e cinqüenta libras...”


Tive uma péssima premonição, que — felizmente se tornou uma certeza nos minutos seguintes. Mais abaixo, no fim da terceira página, li na edição inglesa: “A condessa Eleonora estava sentada num dos cantos do salão de baile, vestida para a noite, usando as velhas jóias da família: tiara de diamantes, herdada da sua tataravó, esposa de um príncipe alemão;sobre seu colo de cisne, pérolas verdadeiras de brilho opaco; seus dedos quase se enrijeciam com os anéis de brilhante, safira, esmeralda.


O manuscrito húngaro, para minha grande surpresa, assim trazia: “ A condessa Eleonora estava sentada num dos cantos do salão de baile, vestida para a noite...” Sem mais. A tiara de diamantes, o colar de pérolas, os anéis de brilhante, safira e esmeralda haviam desaparecido. Compreendem o que fizera esse infeliz escritor, merecedor de um futuro melhor? Simplesmente  roubou as jóias de família da condessa Eleonora, e, com a mesma imperdoável leviandade, roubou até o simpático conde Vitsislav, deixando das suas mil e quinhentas libras apenas cento e cinqüenta,e da mesma forma surrupiou dois dos quatro lustres de cristal, e desviou vinte e quatro das trinta e seis janelas do velho castelo desgastado pelo vento. Tudo começou a girar ao meu redor. Minha surpresa só aumentou quando constatei, sem nenhuma dúvida, que essa determinação percorria todo o seu trabalho. Por onde sua pena de tradutor passasse, sempre causava prejuízo aos personagens, mesmo que só se apresentassem naquele capítulo, e, sem respeitar móvel ou imóvel, atropelava a quase indiscutível sacralidade da propriedade privada. Trabalhava de várias maneiras. Na maioria das vezes, os objetos desapareciam sem mais nem menos. Aqueles cofres, talheres de prata, cuja missão era enobrecer o original inglês, não os encontrei em nenhum lugar no manuscrito húngaro. Em outros casos só tirava uma parte, a metade ou dois terços. Se alguém mandava o criado levar cinco malas para a cabine do trem, ele só mencionava duas; sobre as outras três silenciava sorrateiramente. De todos os casos, para mim, o pior — porque isso decididamente mostrava má intenção e falta de hombridade — era que com freqüência trocava as pedras e metais preciosos por outros sem nobreza e sem valor; a platina por lata, o ouro por latão, o diamante por zircotina ou vidro.


Despedi-me do editor, cabisbaixo. Por curiosidade, pedi emprestado o manuscrito e o original inglês. Como estava intrigado pelo verdadeiro enigma dessa novela policial, continuei em casa minha investigação, e fiz um balanço completo dos artigos roubados. Trabalhei sem parar da uma e meia da tarde até seis e meia da manhã. Descobri, finalmente, que nosso desvirtuoso colega escritor apropriou do original inglês, durante a tradução, ilegal e indecentemente, 1.579.251 libras esterlinas, 177 anéis de ouro, 947 colares de pérola, 181 relógios de bolso, 309 brincos, 435 malas, sem falar das propriedades, florestas e pastos, castelos de príncipes e barões, e outros objetos menores, lenços, palitos de dente, campainhas, cuja listagem seriamuito comprida e talvez inútil. Onde colocou todos esses móveis e imóveis que afinal só existiam no papel, no reino da imaginação; qual era a razão do seu furto; a investigação iria muito longe e assim melhor nem especular. Mas tudo isso me convenceu de que ele ainda era escravo de seu vício criminoso, ou da doença, e não existia nenhuma esperança de cura, e não merecia ser amparado pela sociedade honesta. Retirei minha proteção devido à minha indignação moral. Entreguei-o ao destino. Depois, nunca mais ouvi falar dele.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

Ressaca de congresso: cadê meus pares?


Assim como quem viaja e, ao retornar, já está planejando a próxima aventura, quem é picado pelo “congress bug” fica com alguns sintomas quando ele acaba. Após este último congresso da ABRATES, em setembro, percebi que as diversas experiências vividas ali geraram uma grande saudade coletiva na maioria, pelos comentários dos colegas em grupos de tradução. Uma saudade que, em tese, só passará no próximo ABRATES, em São Paulo. E talvez nem assim.

Para quem já foi a algum congresso, conheceu muitas pessoas especiais, levou consigo várias ideias preciosas e teve a chance de reviver tudo isso, essa saudade só tende a aumentar e a ir se transformando numa uma espécie de nostalgia, ou “ressaca de congresso”. Em resumo, aquele mal-estar provocado pelo afastamento dos nossos mais novos e antigos colegas, por ter passado um fim de semana praticamente “em claro”, dada a intensidade das trocas e “libações” que podem ter contribuído, literalmente ou não, para essa ressaca que nos pega no dia seguinte ao acordarmos para trabalhar sozinhos.

E como lidar com isso agora? Bom, mais do que manter o contato virtual, parece que existem formas de nos mantermos conectados pelo trabalho para crescermos juntos. Uma sugestão de parceria que, além de aproximar as pessoas, contribui para que todos cresçam cada vez mais, é a prática de feedback entre pares, uma proposta de melhoria contínua para intérpretes apresentada pelas colegas Melissa Mann, Milessa Nakayama, Julia Aidar, Rosana Gouveia e Daniele Fonseca.

O elemento interessante da proposta, que parece se aplicar também à tradução, é que a formação de grupos de prática e avaliação conjunta solidifica a afinidade profissional e pessoal entre aqueles que já se conhecem, ou dá chances para que essas afinidades se manifestem e se desenvolvam ao longo do tempo. E, mais importante: elas contribuem para o nosso autoconhecimento e crescimento como profissionais e seres humanos.

 A ideia de “crowdstudying” entre intérpretes é baseada na escolha conjunta dos temas de estudo, com uma organização prévia que facilita a gestão participativa, pois todos são responsáveis por liderar em algum momento. Para começar, cito inicialmente um resumo da ideia que está disponível no site do Congresso: “A partir de gravações de interpretação simultânea, seguidas de análise e feedback dos colegas do grupo, todos passaram a trabalhar áreas ou técnicas específicas que afetavam seu desempenho. Criou-se um ambiente verdadeiramente colaborativo, onde o crescimento profissional do outro é bem-vindo e estimulado com críticas objetivas e justificadas, que são consequentemente recebidas como oportunidade ímpar de melhoria, concretizada na vida profissional de todos”.

Durante a palestra, as participantes mostraram as regras e os procedimentos básicos para o exercício. Todos os dados importantes (tema, objetivo, datas, instruções, contatos, modelo de avaliação) são enviados ao grupo de e-mail (Google Group, Hangouts), formado por 4 a 6 participantes com níveis variados de experiência. O vídeo escolhido para gravação, com 15 a 20 minutos de duração, é disponibilizado em uma pasta de compartilhamento de arquivos (Google Drive, Dropbox). Um glossário comum é alimentado por todos enquanto se preparam para gravar a interpretação da palestra. Após realizarem a gravação (a primeira, não vale se regravar nesse momento, só após os feedbacks para trabalhar um aspecto de melhoria por vez), os participantes a carregam na pasta do grupo e avisam aos outros. Em seguida, cada participante prepara o feedback para dois colegas, conforme a grade de revezamento estabelecida. Após o envio dos feedbacks, o grupo marca uma reunião (por Skype ou Hangouts) para conversar sobre os feedbacks, trabalhar os aspectos linguísticos e planejar os próximos exercícios.

Esse processo de estudo favorece bastante a igualdade nas diferenças, as críticas construtivas com base em critérios e a amizade entre os colegas, afinal, "o feedback pode ser um gesto fraterno", conforme as apresentadoras colocaram. As conclusões a que chegaram, e acho que nisso todos concordamos, é que “vale a pena investir em si mesmo”, e esse investimento não se faz sozinho, pois sempre precisamos do outro para crescer.

Em um mundo profissional cada vez mais competitivo e individualista, creio que nós, tradutores e intérpretes, temos um diferencial em relação aos outros nichos: sabemos que o outro existe e somos algo porque o outro (autor ou orador) é. Trabalhar pelo “outro” acaba sendo uma forma de nos realizarmos e sermos. E como poderíamos chegar aonde chegamos hoje sem o “outro”, sem as parcerias e as trocas com os colegas? Tudo isso tem um valor imaterial que não podemos medir, somente agradecer. Fica então meu agradecimento pessoal a todos que contribuíram para o meu crescimento, para a realização deste incrível congresso e dos próximos que nos aguardam!

sábado, 6 de setembro de 2014

Missão dada, missão cumprida: a interpretação na luta pelos direitos humanos

Minha primeira opção ao prestar vestibular foi o Jornalismo. Sempre tive paixão pela escrita e a leitura e, além disso, sempre tive vontade de participar dos fatos sociais e de dar voz a diferentes culturas, principalmente as que não são ouvidas. Ainda assim, por diferentes motivos, acabei optando por Letras. Mas, após passar recentemente pelo meu "batismo de fogo" em interpretação, fazendo uma trabalho voluntário de simultânea bilíngue (inglês>português e vice-versa) em uma reunião com os diretores de uma instituição de direitos humanos e membros de movimentos da sociedade civil, acredito que encontrei aquilo que buscava. Parece realmente que Deus “escreve torto por linhas certas”. Assim como nós, intérpretes.

Quem nunca "escreveu torto" ou deu uns escorregões pela vida profissional? Esqueceu-se de palavras-chave do glossário bem quando elas se repetiam na boca do palestrante. Ou mesmo inventou traduções aproximadas para termos muito específicos da cultura nacional ou estrangeira? Palavras como “arrastão”, “gato de luz”, “tapioca”, “pagode”, por exemplo, precisam antes ser explicadas do que traduzidas. E, além delas, há jargões técnicos do direito ou da estrutura prisional brasileira que aparecem bastante em encontros de direitos humanos. Por maior que seja o preparo, a construção de glossários e a troca com nossos pares, às vezes ficamos com a sensação ruim quando o máximo que conseguimos é "escrever torto”. Mas também ficamos com uma sensação boa quando conseguimos interpretar algo extremamente difícil de forma excelente.

Na verdade, nesses encontros, fazemos muito mais do que cobrir lacunas linguísticas, mas permitir que pessoas de mundos totalmente diferentes se entendam ao entrar em contato pela primeira vez. E isso tem um valor tão grande que os pequenos escorregões acabam ficando em segundo plano. Mas precisamos também nos responsabilizar por eles e buscar soluções, pesquisar, estudar, para que contribuam para a melhora em nossas próximas atuações.
Acredito que na vida existem “linhas certas”, ou seja, diferentes caminhos ou atalhos para chegarmos aonde queremos, de maneira justa e solidária. Ainda assim, muitos teimam em entortar as linhas, ou seja, fazer tudo errado e culpar os outros. Este é o caso de forças de segurança, que cometem massacres contra a população pobre ou contra os cidadãos que reivindicam seus direitos, culpabilizando-os por sua condição social, etnia ou qualquer outro motivo que justifique a violência desmedida.

Por isso, foi muito difícil para mim, como intérprete, segurar a emoção ao ouvir relatos mais contundentes. Ainda assim, a capacidade de controlar emoções é essencial para fazermos o nosso trabalho. Considero que nosso mérito é possibilitar que a voz desses sujeitos seja amplificada, alcançando ouvintes de diferentes partes do mundo. E, para isso, é muito importante o apoio psicológico, para que tais emoções não causem traumas indiretos, conforme vemos em casos de intérpretes que atuam em tribunais de guerra e situações militares.

Nesse encontro, tive o prazer de ver pessoas que tiveram a opção de desistir diante das injustiças ou lutar para mudá-las. E escolheram a segunda opção, usando uma arma que tem poder de fogo ainda maior que os fuzis: a palavra.  Se algo de fato for feito por essas pessoas e se eu tiver contribuído minimamente para isso, terei uma sensação de realização muito maior: missão dada, missão cumprida!